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Brasil: TVRO, 5G e oferta multiplataforma

Maior país da América Latina continua o switch-off da TV analógica, começa migração de TVRO (Televisionreceive-only), perde base de TV por assinatura, estabiliza o trafego de internet, e consolida a oferta multiplataforma das emissoras de TV aberta

O primeiro semestre de 2022 tem sido um período importante para a indústria audiovisual brasileira. À volta aos eventos presenciais e a retomada dos investimentos em tecnologia gerada pela consolidação de alguns serviços, novas regras regulatórias e a chegada do 5G com as suas consequências na distribuição de sinal de TV por Parabólica geraram movimentos interessantes em um país que não passou incólume a crise sanitária provocada pela Covid-19.

Em termos de TV aberta o Ministério das Comunicações (MCom) continua junto a Agência Nacional de telecomunicações (Anatel) o processo de interiorização da TV Digital no País com a implantação do Programa Digitaliza Brasil  que espera instalar mais de 7200 novos sinais de TV digital em 1.638 municípios brasileiros alcançado mais de 22,6 milhões de brasileiros. O processo tem avançado no primeiro semestre de 2022. Até hoje tem sido atingidos 25 estados do país e habilitados 3995 novos sinais de TV Digital.

5G e TVRO e Mitigação das interferências

Com o leilão do 5G e lançamento do serviço no mês de julho em Brasília, Capital do País, também foi necessário adequar o serviço de TVRO. Na capital, a Vivo foi a primeira a ativar o serviço e o fez na frequência de 2,3GHz na cidade. Antevendo o lançamento do serviço, no início do ano, a Anatel definiu que o satélite Embratel Star One – posição orbital de 70W – fosse o responsável pela migração de mais de 200 canais de TV aberta da banda C para a banda Ku.

Para mitigar as interferências que o leilão do espectro para a implantação do 5G no país pode provocar nas transmissões de sinal de TV em Banda C, foi criada a Siga Antenado (EAF – Entidade Administradora da Faixa), uma associação sem fins lucrativos constituída pelas operadoras Claro, TIM e Vivo, enquanto vencedoras dos lotes nacionais da faixa radiofrequências de 3,5 GHz, em atenção à determinação do Edital do Leilão do 5G, promovido pela Anatel, com o objetivo de operacionalizar os procedimentos relativos aos compromissos assumidos em decorrência da licitação.

O trabalho referido que será conduzido pela Siga Antenado esta instalando, gratuitamente, os filtros em cada uma das antenas de estações profissionais que tenham sido devidamente cadastradas no banco de dados da Anatel até 20 de abril de 2022 e se utilizam do FSS acima da faixa de 3.700 MHz para prestar seus serviços. A instalação esta sendo realizada por técnicos contratados pela EAF e capacitados para este fim. Isso porque, com a chegada do 5G, haverá a migração das estações profissionais FSSs (FixedSatellite Services), que operam na Banda C estendida para a Banda C, a fim de evitar que os sinais de transmissão sejam interrompidos. 

Em comunicado a Siga Antenado explica que “para as estações profissionais FSSs que já operam na faixa acima de 3.700 MHz e atendam aos critérios estabelecidos pelo GAISPI – grupo responsável por disciplinar e fiscalizar a aplicação dos recursos pela EAF -, que permanecerão nessa faixa, será necessária a instalação de filtros para mitigar possíveis interferências”.

TV linear líder de audiência

Inside Video 2022, estudo da Kantar Ibope Media afirma que a as emissoras de TV linear são responsáveis por 79% do tempo de consumo de vídeo dentro de casa, quanto para os serviços de streaming, responsáveis por 21%. Os dados são do painel 2.0, tecnologia inovadora de medição de audiência, que une dados do Focal Meter (FM) instalado no roteador dos domicílios medindo o tráfego de Internet, e do peoplemeter DIB 6, que identifica a audiência de canais de TV.

Isso, porque segundo o estudo, as emissoras de TV linear mantêm um grande alcance no território brasileiro. Em 2021, 205.876.165 pessoas assistiram aos canais de TV aberta e PayTV. O tempo médio diário gasto em frente à telinha ficou em 5h37min. “O sucesso do meio se deve ao fato de oferecer uma programação ampla, variada e de credibilidade. Tanto que 25% de todo o tempo dedicado à televisão é assistindo a jornalismo. Seguindo o ranking de preferências estão o consumo de novelas (18% do tempo), programas de auditório (9% do tempo) e reality shows (4% do tempo)”, explica o informe.

Mas, como no resto do mundo, as plataformas online têm ganhado espaço no Brasil no que se refere ao consumo de vídeo, segundo dados do Video Streaming Report, nova solução da Kantar. Nesse contexto, dois modelos se destacam. As empresas gratuitas e financiadas por publicidade (AVOD) atingem 58% das pessoas por mês, enquanto os serviços financiados por assinaturas dos usuários (SVOD) contemplam 42% das pessoas mensalmente.  

As principais razões que levam as pessoas que acessam vídeo por streaming a assinarem esse tipo de serviço são preço e catálogo amplo de novos filmes e séries – cada um com 47% de relevância. Em seguida, aparece a experiência de uso (30%). 

TV Paga apresenta estabilização

Se bem a base de clientes da TV paga brasileiro perdeu aproximadamente 800 mil clientes (queda de 5,7%), os últimos dados da Anatel (Junho 2022) mostram que a situação esta estabilizando e é menos complicada do que no mesmo período de 2021, quando a base sofreu a maior queda da historia. De fato, no que vai de 2022 a redução foi de 330 mil clientes, em contraposição, o período janeiro/junho de 2021 alcançou os 750 mil clientes.

Segundo os últimos dados da Agência, em junho de 2022, o Brasil tinha 13.111 milhões de assinantes, e tinha perdido respeito a maio, quase 80 mil usuários. Estes mais de 13 milhões se somam aos 1,9 milhões de acessos livres via satélite (ou seja, sem cobrança de mensalidade), o que gera uma densidade de 7,1 (acessos/100 habitantes).

A redução tem alcançado todo o mercado de TV paga, já que a redução da base tem sido tanto para as DTH como a Sky, o a Claro, a maior operadora do país.

OTTs continuam crescendo no país

Dados mostram que mais do 70% dos brasileiros já assinaram ou assinam algum serviço de streaming de vídeo. Segundo dados do “Streaming 2022” da Hibou, os principais serviços são a Netflix e Amazon Prime Video, seguidos pela GloboPlay; Disney+; HBO MAX; YouTube Premium; Star+; Paramount+ e AppleTV.

Segundo Mercedes Mendes Garrido (BB Media), a plataforma que mais cresce no país é a Pluto TV (AVOD) e segundo ela o Compartilhamento de Contas (Account Sharing) aumentou ao longo do tempo, “o Brasil é um dos países que mais compartilha senhas, e hoje estamos com 35%, por isso as plataformas estão procurando uma forma de parar de compartilhar senhas”.

Os dados da BB Media apontam a um aumento do consumo de streaming, mas um consumo mais seletivo na escolha, por isso há muitos usuários que cancelam os serviços, tem a ver com tempo e dinheiro, mas pagando todas as plataformas que existem. A seleção passa pelo conteúdo, e há migração de uma plataforma para outra, porque muitas vezes usuário não está engajado com as plataformas.

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