Saltar al contenido

Raymundo Barros de Globo: Unificação da camada física, rede e aplicativo é o futuro da TV

O maior conglomerado de mídia familiar do mundo há atravessado um processo de transformação importante nos últimos anos. Nesse processo, um dos principais pilares tem sido a mudança tecnológica que gerou mudanças importantes nos fluxos de produção, criação e distribuição de conteúdos. E um dos alicerces dessa transformação é, sem dúvidas, Raymundo Barros, diretor de Estratégia e Tecnologia da Globo, que lá atrás começou a transformação que levou a Globo a transformar-se em uma Media Tech.

No PayTV Fórum 2022, Barros disse que há uma grande confusão no ecossistema audiovisual, onde se misturam a camada física que é a entrega pela TV aberta, pelas redes de fibra e cabo, 5G , com a  camada de rede (IP), com o ISDB-TB da TV aberta, do DVB com a aplicação. “Tem aqui uma imensa confusão quando as pessoas ficam falando dos termos, e o futuro será resolvido pela aplicação, ela vai abstrair os meios de distribuição”, já que desde a sua ótica haverá “uma convergência para o mundo IP”, com experiências de consumo que juntem canais lineais, com conteúdos on-demand, com todos os modelos de negócio, baseados em modelos de subscrição ou publicidade, ou que façam o mix dos dois, modelo “que neste momento de organização da indústria, é o que parece se tornar o escolhido”.

Para o executivo, o streaming não vai acabar com a linearidade. “Enxergamos um ambiente no qual os devices serão capazes de extrair essa complexidade. Temos trabalhado muito na Globo para permitir que o Globoplay, que é o carro chefe dessa nossa estratégia, ele possa ser o ambiente onde todos os modelos de negócio, todas as formas de consumo se integrem, de uma maneira tal que o consumidor nem sequer perceba por qual rede, por camada física esses conteúdos estão chegando para ele”.

Barros disse que o maior desafio não foi construir o ambiente digital. “Já tínhamos a Globo.com,    desde 2000. O que nós tínhamos era uma organização muito ‘silada’ e separada com TV aberta e paga separada. A Globo unificada trouxe um imenso desafio cultural, com uma profunda transformação digital”. 

Expansão digital, cloud e afiliadas

O diretor de Estratégia e Tecnologia da Globo, disse no PayTV Fórum, que quando a Media Tech tomou a decisão muito corajosa de criar o seu Data Center próprio, em 2014, foi o começo da transformação. Com o tempo, explicou, percebemos o alcance e quando em 2020 se associou a Google, foi parte da estratégia. Vender o Data Center foi como “casar com o inimigo, mas no mundo empresarial moderno é preciso construir relacionamentos de cooperação, mesmo com empresas concorrentes. O Google é nosso principal competidor em publicidade no Brasil. Por outro lado, é a empresa que nos permitiu chegar lá em múltiplas frentes na transformação digital. Uma delas é levar todo o back-end e o front-end que estava na nuvem privada para a nuvem pública para dessa forma construir, talvez, a principal e a maior CDN do Brasil”. 

Nesse ponto, o executivo disse que a expansão permitiu  ter mais de 120 pontos de presença no país. “Tiramos um proveito imenso de um ativo fundamental, de um ativo que a Globo sempre teve, que são as nossas 120 afiliadas que agora são Data Centers. Todas elas têm conexão de peering com dark fiber com as principais ISPs do mercado”.

Barros, disse ainda, que quando olha para a capacidade atual da CDN da Globo, percebe que a empresa tem a maior e mais robusta estrutura desse tipo do Brasil.

Inteligência Artificial

Segundo Barros, a Inteligência Artificial (IA) hoje é a alma do negócio. Ele disse que quando a Globo tomou a decisão de realizar a jornada para a nuvem, “sabíamos que mudava o negócio. Este ano fizemos mais de 150 eventos esportivos na nuvem”, utilizando produção remota. A Globo, explicou,  tem cerca de 130 milhões de brasileiros com ID Globo, mais de 100 milhões de usuários únicos que deixam mais de 10 milhões de pegadas diárias, e isso, “não pode ser tratado se não usamos aprendizagem de máquina. Como fizemos, escalamos o Google Cloud”. 

Ele disse que a Globo tem milhares de conteúdos, e que a empresa trabalha esses conteúdos com IA, porque isso permite performar melhor o consumo, o tipo de consumidor, e a partir disso, “temos insight. Agora, imaginar que esses dados farão escrever por inteligência artificial não esta no nosso Road Map. Usamos os dados para gerar individualização, porque queremos que cada usuário tenha a Globo que queira”. 

Otras Noticias