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Basílio Peres do LAC-ISP: O LAC-ISP é contra o Fair Share porque vai quebrar a neutralidade da rede

Um dos temas que preocupam tanto a Internet Services Providers (ISPs) brasileiros e latino-americanos, como também as emissoras de TV e produtoras de conteúdo da região, é o denominado, “Fair share”, em português, “contribuição justa”, uma proposta liderada pelas operadoras de telecomunicações que quer taxar o trafego de dados, mas especificamente, uma espécie de compartilhamento de receitas onde seja realizado um repasse as telcos por custos de atualização e manutenção da infraestrutura de rede.

Basílio Peres, presidente da Federação de Associações de Provedores da América Latina e do Caribe (LAC-ISP), disse à reportagem que a Federação luta contra o “lobby” que as telcos estão realizando na América Latina com o objetivo de taxar o uso da rede. “As telcos se uniram a nível latino-americano, e estão querendo mexer com o fair share latino-americano. De certa forma, querendo ser encabeçado pelo Brasil para que se espalhe pela América Latina. O LAC-ISP é contra isso, tanto aqui no Brasil quanto na América Latina”.

Peres explicou que a Federação está trabalhando como um contraponto. “Eles vão ter os argumentos deles e nós vamos ter os nossos. E vamos tentar ver que final tem essa história. O problema é o conceito que estão colocando de fair share, na verdade não é nem fair share, é uma taxa de rede que eles querem colocar. E nós consideramos que é um atraso e que isso vai levar as coisas para  20 anos atrás”.

Isso acontece, desde a perspectiva do ex-presidente da ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), porque as telcos “têm uma posição monopolista e querem ficar recebendo e cobrando internamente. A internet não é isso. A internet é uma coisa aberta, livre para todo mundo, onde os conteúdos e tudo está circulando livremente e não existe mais verificação do tráfego, do que está acontecendo e quem está usando o quê. Eles querem ficar cobrando pelo tráfego que o streaming está causando na rede, é um sistema de cobrança onde cobrariam daqui, e de lá. Isso vai quebrar a neutralidade da rede. Porque vai criar acordos paralelos entre as grandes operadoras e o pequeno ISP aqui no Brasil, que são 20 mil, não vai ter como realizar 20 mil acordos com a Netflix”.

Desde o ponto de vista de Peres, que também é proprietário de uma ISP no Brasil, o Fair Share fará que empresas como a Vivo ou a Claro façam os contratos. “Isso não é o que nós queremos, porque é ruim para os pequenos provedores”. E explicou que isso é porque as telcos querem “autorização para taxar o tráfego” e depois disso, definir a quem cobrar, “isso mata a internet”.Peres finalizou exemplificando. “Hoje em dia, 75% do tráfego dos meus clientes vem ou de uma CDN ou de um ponto de troca de tráfego. Vem, justamente, das empresas de conteúdo. E essas conexões não me atrapalham. Isso pra mim não é internet. Eu não tenho que pagar internet para alguém pra usar isso. E eles querem que eu tenha que pagar internet para usar”. E reforçou, “não dá para fazer isso com 20 mil empresas brasileiras, com 2 mil que tem na Argentina, com 3 mil que tem no México. Não dá pra fazer. Isso é impossível, então nós realmente temos que fazer uma coisa diferente, nós temos que lutar contra isso, porque isso aí é uma aberração que pode destruir a internet como ela é conhecida hoje”.

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