Edmar Moraes, da SES: Temos soluções de distribuição híbrida de conteúdos

Com alguns meses no cargo de Diretor de Vendas para a América Latina e Caribe, Edmar Moraes afirmou à reportagem da Prensario que a SES está presente no Brasil há 20 anos e continua evoluindo, buscando atender às necessidades dos clientes. “A medida que nossos clientes passam a adotar uma estratégia de distribuição híbrida (satélite e terrestre), a empresa procura atendê-los em suas necessidades, criando serviços de distribuição que usam infraestrutura terrestre de forma complementar. Temos soluções OTT (tanto para VOD como para canais lineares), assim como contribuição e distribuição usando serviços IP”.

Pela história no mercado, a SES, para muitos ,se identifica com transmissões satelitais, mas aos poucos isso está mudando. De fato, Moraes chegou à empresa luxemburguesa com o objetivo de alavancar o mercado de vídeo para plataformas de streaming, um desafio importante para o executivo que reconhece que o core da empresa é o satélite. “Nossa presença com soluções OTT é mais recente, mas está se consolidando. Esperamos que outros segmentos do mercado venham a conhecer estes novos serviços” que, segundo o executivo, foram afetados pela pandemia que cancelou os grandes eventos presenciais. “É nesses eventos que normalmente mostramos os novos serviços e produtos. À medida que entremos no novo normal, acreditamos que esta percepção irá mudar”. 

No «Annual Report 2020» de SES, a empresa afirma que com a globalização do conteúdo, a oferta direta ao consumir (direct-to-consumer) será um dos pontos fortes da indústria nos próximos anos. Para Moraes, esta visão é estratégica. “A SES opera no modelo B2B2C, ou seja, oferecemos tecnologia e serviços para nossos clientes alcançarem seus clientes finais. É importante ressaltar que a maior fonte da receita dos canais lineares atuais vem da distribuição na TV por Assinatura (DTH, cabo, fibra, IPTV). Embora a distribuição de canais lineares direto ao consumidor, via OTT, esteja crescendo rapidamente, em termos de receita ainda é um valor pequeno e encontra muitas dificuldades técnicas e comerciais, uma vez que uma boa parte da população não tem acesso à banda larga com qualidade ou velocidade suficiente para uma distribuição em larga escala”.

Ainda, referiu o executivo, que as grandes empresas de conteúdo estão desenvolvendo suas plataformas OTT, mas “a grande maioria dos provedores de conteúdo não tem conhecimento ou capacidade de investimento para o desenvolvimento desta tecnologia. É neste mercado que a SES pode ajudar com a sua plataforma integrada, fim a fim, que permite aos médios provedores entrar no mercado de uma forma muito mais rápida e sem riscos tecnológicos. Não só integramos, mas também operamos a plataforma, permitindo que o dono do conteúdo se preocupe apenas com a produção e a estratégia comercial da distribuição, e não a distribuição física aos usuários finais”. 

Um dos gargalos da atualidade é a monetização destas plataformas de OTT, explica Moraes, sobretudo para as de pequeno e médio porte. “Aí é onde entram os serviços da SES com a sua plataforma integrada, porque permitem uma entrada mais rápida ao mercado, com um investimento inicial baixo, reduzindo substancialmente o risco comercial e técnico. Nesta plataforma terceirizada, os custos crescem junto com a receita, evitando a descapitalização inicial. Além disso, a plataforma possui inúmeras opções de melhorar a monetização, como o uso de inserção de publicidade direcionada e inúmeras informações estatísticas sobre o consumo, ajudando nas estratégias de marketing e comercial”.Do relatório citado, outro dos destaques passa pela tecnologia, LEO e os seus desafios. Nesse ponto, Moraes afirma que os satélites em órbita baixa devem entrar em operação nos próximos anos, trazendo uma grande quantidade de capacidade a um preço menor. Isso coloca um desafio a alguns dos mercados atendidos hoje por satélites tradicionais, como os satélites GEO. Mas nem todos os mercados e aplicações serão afetados. “O Broadcasting é um setor em que o LEO terá pouco impacto. A tecnologia LEO será utilizada apenas para conexões IP de banda larga e não se presta a aplicações multicasting”.

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