Prosperando em 2022 graças à tecnologia pioneira na nuvem

Rodrick Smith, vice-presidente de vendas LATAM da Grass Valley, analisa as tendências para o mercado broadcast em meio à consolidação do streaming e da produção remota

Por Rodrick Smith, vice-presidente de vendas LATAM da Grass Valley

Aparentemente, este ano está marcado por mais turbulências como as que temos visto durante toda a pandemia. No entanto, a instabilidade está atenuada por inovações inspiradoras, já que o mercado de conteúdo ao vivo continua se adaptando para enfrentar cada novo desafio. Em 2022, vemos que as mudanças nos hábitos de consumo continuam remodelando a forma como as empresas de mídia criam conteúdo na América Latina e em outras regiões.

Duas tendências de mercado interligadas que se aceleraram rapidamente com a pandemia continuam ganhando impulso: a crescente demanda por uma gama mais ampla de conteúdo em mais plataformas, e o uso de tecnologias pioneiras na nuvem para ajudar as empresas de mídia a se adaptarem a este novo cenário de consumo. Além disso, em 2022, a tendência de adoção da nuvem é impulsionada cada vez mais pela necessidade das empresas de mídia de encontrar maior eficiência, flexibilidade, escalabilidade e resiliência, com o objetivo de alcançar um melhor rendimento por ativo.

O futuro da televisão é um mix de conteúdo mais rico e variado

Após outro ano complicado, em que a pressão para ficar em casa impulsionou a demanda por novos conteúdos de vídeo, em 2022 o público da região da América Latina continua consumindo conteúdo em mais plataformas, incluindo programas ao vivo de esportes, notícias e entretenimento. Os consumidores estão ansiosos por conteúdo novo e estão recorrendo a várias fontes para obtê-lo. Os grandes vencedores têm sido os serviços de streaming, que aumentaram durante a pandemia e estão posicionados para continuar conquistando clientes, mesmo depois que a situação melhorar.

Mas o aumento do streaming não se deve apenas ao cancelamento do serviço de TV a cabo pelos consumidores, já que muitos deles estão adicionando novas assinaturas aos pacotes de TV paga existentes. O apetite aparentemente insaciável dos consumidores por mais conteúdo em mais plataformas continua impactando a produção ao vivo. A escassez de novos conteúdos premium ao vivo durante a pandemia, devido a eventos cancelados e adiados, destacou o valor potencial da programação anteriormente considerada de nicho.

A crescente demanda por maior variedade de conteúdos ao vivo levou a um aumento geral da programação “alternativa”, tal como ligas menores, esportes regionais e especializados, bem como transmissões pré-jogo ao vivo. Com orçamentos mais reduzidos, esse conteúdo de nicho e complementar deve ser produzido com a melhor relação custo-benefício possível e entregue ao maior público possível através de distribuição multiplataforma global e baseada em IP.

A produção remota e a adoção da nuvem aceleraram

O aumento da demanda dos consumidores por conteúdos mais variados tem coincidido perfeitamente com a capacidade das empresas de mídia de avançar em direção a uma produção mais remota e baseada na nuvem, uma abordagem que tem sido comprovada durante a pandemia. A adoção mais ampla de abordagens remotas e baseadas na nuvem foi impulsionada pela necessidade, pois as restrições devido ao distanciamento social forçaram os produtores de conteúdo a procurar maneiras de fornecer conteúdo ao vivo, reduzindo o número de funcionários nas instalações e as viagens. As medidas de distanciamento social também impactaram os centros de mídia, onde as equipes reduzidas das redes de notícias foram reforçadas por equipes técnicas e apresentadores contribuindo remotamente.

Mesmo a cobertura de eventos emblemáticos, como os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e a Euro 2020 da UEFA, ambos realizados em 2021, foram adaptados a uma configuração amplamente remota. Usando estúdios de alta tecnologia e capacidades de produção remota, muitos detentores de direitos puderam transmitir a emoção da ação esportiva ao vivo desses eventos, apesar das restrições e precauções. Cada vez mais, a integração perfeita de elementos no local e remotos é uma opção viável, com seus próprios prós e contras.

A adoção da nuvem se acelerou em muitas áreas, já que o áudio, switching de vídeo, clipping, edição e vídeos de destaques podem agora ser facilmente gerenciados na nuvem. Em 2021, equipes de produção distribuída realizaram eventos de alto perfil para a EA SPORTS FIFA 21 e Apex Legends usando fluxos de trabalho baseados na nuvem. Todos os membros da equipe trabalharam de casa através da Plataforma de Processamento Ágil de Mídia (AMPP) baseada em nuvem da Grass Valley para levar torneios ao vivo de locais na Europa e nos EUA para uma base global de fãs. Graças à eficiência e flexibilidade inata desse tipo de abordagem inovadora baseada em nuvem, em 2022 ainda mais ligas esportivas e outros provedores de conteúdo premium ao vivo estão prontos para adotá-la.

As mudanças provocadas pela pandemia vieram para ficar

Acho que todos podemos concordar que a necessidade realmente é a mãe da invenção. Os métodos e tecnologias de produção distribuída, remota e em nuvem foram testados e têm demonstrado funcionar. Em 2022 e além, parece haver poucas razões para o mercado de mídia e entretenimento não continuar adotando as técnicas inovadoras desenvolvidas para trabalhar em um ambiente pandêmico. Mesmo quando as condições melhorarem, os benefícios são difíceis de ignorar. 

De fato, é claro que a demanda por conteúdo ao vivo de esportes, notícias e entretenimento continua crescendo, e que a produção e distribuição baseadas na nuvem desempenham um grande papel para apoiar esse crescimento. Empresas de mídia líderes que dominavam áreas como os direitos de transmissão de eventos esportivos estão agora sendo desafiadas por pioneiros do streaming como o DAZN e o Amazon Prime, e todos estão explorando novas maneiras de engajar o público.

Nos próximos anos, provavelmente haverá muito mais concorrência, parcerias, desafios e surpresas na área da produção de conteúdo ao vivo premium em toda a Europa, mas as lições aprendidas nos últimos dois anos ajudarão o mercado de mídia a se adaptar e prosperar. Para esta próxima fase, é claro que a escalabilidade, flexibilidade, resiliência e custo-benefício das tecnologias baseadas na nuvem terão um enorme atrativo para as empresas que se esforçam para permanecer na vanguarda no panorama de mídia em constante evolução. Se o 2020 acelerou a conscientização e o 2021 consolidou a aceitação, em 2022 (e além) veremos um rápido aumento na adoção da produção baseada em nuvem para conteúdo premium ao vivo.