Panel 1: O novo modelo Android para operadoras de TV a cabo
O segundo dia do NexTV Series Brasil se concentrou no modelo de negócio e as tendências e novas formas de distribuição. Focou nas ISPs (pequenos provedores de internet brasileiros) como parte de um ecossistema cada vez diversificado e complexo. Ainda se percebeu que alguns destes já não utilizam set-top-boxs e sem aplicações para reduzir custos operacionais. O encontro, ainda dedicou um painel a produção de notícias.
A manhã começou com um painel que analisou O novo modelo Android para operadoras de TV a cabo. O debate foi moderado por Alexandre Britto, CEO da ABX Consulting e presidente da Abott´s, e contou com a participação de Alberto Knob, Diretor de Mercado da SAT TV Go; Roberto Marchesini, Diretor de Vendas da Sei Robotics; José Augusto Diniz Nieto, CEO da TVN; Pedro Morgado, Senior Account Manager da Irdeto; e Helder Machado, Technology Manager da Master Internet.
José Augusto Diniz Nieto (TVN) disse que o objetivo da empresa é a mudança de modelo de negócio e que no Maranhão onde se encontra a principal base de clientes da companhia o objetivo passa para se transformar em um serviço de IPTV. ‘O IPTV é diferente da TV linear e precisa de maior sofisticação. O grande benefício do Android é ser uma plataforma aberta que permite aos menores que aproveitemos os avanços das grandes empresas do setor trazendo um outro conceito a operação’.
‘A SAT TV GO é hoje uma operadora nacional com foco em parcerias com ISPs para fornecer serviços’, disse Alberto Knob e agregou que a empresa está migrando para Android TV com o desafio para ter abrangência a nível nacional.
Segundo Machado (Master Internet) o desafio é evoluir, mas uma decisão tecnológica desta ordem precisa de estudos. ‘A nossa ideia é entregar múltiplas telas em múltiplas plataformas. Pelo lado dos players, Roberto Marchesini (Sei Robotics) argumentou que as empresas já não são apenas fornecedoras, mas sim parceiras que trabalham com aplicações de Android TV fornecendo um ecossistema completo com associações e homologações com plataformas como a Netflix, por exemplo. Pela sua vez, Pedro Morgado disse que a Irdeto desenvolveu e ajudou aos operadores a criar uma plataforma híbrida em Android, onde o cliente pode aproveitar a plataforma.
ISPs no mercado OTT
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O segundo painel do NexTV Series Brasil falou de Estratégias de OTT TV para ISPs foi moderado por Marcelo Spinola da Castalia Communications. Tiago Bona, CTIO da VIP Telecom, disse que a empresa tem mais de um milhão de assinantes e o objetivo é ‘dobrar esse número em 2022. O modelo fica complexo porque além da operação, o conteúdo fica caro. Hoje nosso modelo é uma oferta mais diferenciada, com uma mescla de canais locais, SVOD e VOD. Para nós, o STB para algumas operações é menos relevante, por isso em alguns casos não usamos mais a caixa, hoje, o 25% da nossa base já não tem caixa’. Agnaldo Lopes, CEO da Grupo ABL, explicou os desenvolvimentos da provedora e quais são os processos de atualização. ‘Todos querem ampliar os serviços nas ISPs e o entretenimento está voltado às plataformas OTTs dentro do ecossistema, mas isso está em estudo… O novo cliente que está chegando a nossa operação tem um perfil diferente, e precisa propostas diferentes’. No mesmo tom, Aline Borges, Gerente de Projetos – Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Life, argumentou que o objetivo é utilizar Apps nas Smart TVs e TVs conectadas. Eduardo Campos, Sales Director Americas da SmartLabs provedor de aplicações para smart TV e Android TV disse que as ISPs ‘precisam ter curadoria dos seus conteúdos para que os seus assinantes possam usufruir melhor do seu conteúdo’. Para ele, o set-top-box (STB) é complementar, ‘a smart TV atende, mas o STB ainda tem um desempenho melhor’. Finalmente, Rafael Fuzari, VP of Professional Services LATAM da Agile Content disse que a empresa acompanhou a expansão dos ISPs e que a experiência na companhia com operadores espanhóis pode ser utilizada no Brasil.
Notícias na era multiplataforma
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O terceiro painel teve a moderação de Carlos Fini, presidente da SET e debateu A era da multiplataforma para notícias da TV. Marcia Menezes (Globo) defendeu a produção de notícias como forma de garantir democracia no país e disse que se bem a produção em pandemia se tronou mais fácil, ‘na publicação de matérias ainda precisamos especialização, precisamos separar os meios’. O tipo de linguagem e comunicação é diferente, a própria embalagem. Evoluímos na produção inicial, na integração, mas ainda cabe a especialização na distribuição’. Allen Chahad (Band) coincidiu e disse que ‘há duas coisas destrutivas. A primeira é que na TV o produto bruto passa pela produção e durante a etapa se perde muito material que pode ser usado nas etapas digitais. A segunda customiza-o conteúdo para os diferentes ambientes de produção e distribuição. Na vez da CNN Brasil, Virgílio Abranches, disse que a emissora nasceu com a cultura de produção unificada. ‘A produção é extensa e condensada. O processo permite que os profissionais no futuro tenham uma ideia de produção multiplataforma, uma ideia de produção de vídeo multiplataforma’. Fini afirmou que a pandemia foi quase uma guerra na transformação de tecnologia, e nesse marco, Leonardo Leitão da Ross Video disse que a empresa pensa em sistemas com uma plataforma unificada, mas ‘com tratamento diferenciado para cada plataforma. A pandemia mostrou que graças a tecnologia é possível entrar ao vivo desde qualquer dispositivo. A tecnologia fomenta entrar por diferentes redes desde qualquer lugar’.
Operadoras virtuais
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O quarto painel que fechou o NexTV Series Brasil 2021, teve como tema: ‘O boom das operadoras virtuais de TV por assinatura OTT no Brasil. Foi moderado por Olairson Costa e contou com a participação de Maurício Almeida, Co Founder da Watch TV Brasil; Renato Svirsky, CEO & Founder da Guigo TV; Luís Fernando do Vale, Diretor de Produtos Digitais do UOL – Universo Online; Sergio Delgado, Product Manager da Velocix; e Nicolás Díaz, Regional Account Manager da Goose.
Almeida (Watch TV Brasil) abriu o painel falando que ‘cada ano é uma Era. Tudo muda tão rápido que em quatro (4) anos de empresa, a mudança é radical. Hoje só fazemos venda através dos nossos parceiros, provedores de conteúdo e de acesso e esse é nosso grande desafio, que é acessar a última ponta para de alguma forma conversar com o assinante tendo o canal direto com ele. Hoje temos mais de 350 provedores de ISPs, e estamos adicionando mais 80 vendedores para a área de costumer service definindo estratégias de empacotamento, com um salto quântico para 2022’. Renato Svirsky (Guigo TV) afirmou que a mudança de estratégias para o mercado B2C para tem a ver com a oferta para o consumidor final. ‘Começamos B2C e seguimos tentando entender o consumidor, porque isso é o que faz que possamos direcionar a evolução do nosso produto’. Nicolás Díaz (Goose) explicou formas de migração para o OTT afirmando que primeiro deve definir que tipo de investimento realizar, mas que hoje é possível pensar em opções mais baratas. O que se precisa não é tempo de desenvolvimento, mas sim de integração com investimento Opex que vai variar de acordo a quantidade de usuários que a plataforma tenha. Sergio Delgado (Velocix) concordou e agregou que os provedores de OTT tem de olhar ‘para um conjunto de soluções que sejam por natureza carrier bag com soluções de cloud’