Nos dois dias da 7ª Edição do PayTV Fórum realizado em São Paulo ficou claro que o otimismo voltou a indústria e que está continua em transformação. No final, Oscar Simões, presidente da ABTA – Associação Brasileira de TV por Assinatura – disse à reportagem que depois do “tremor, a indústria volta a surgir como opção”, com mudanças, com players entrantes e outros que não suportaram a turbulência, mas “o funil volta” e o novamente será “necessário o empacotamento, desta vez não apenas lineal, mas também não lineal”.
Na primeira entrevista do segundo dia do PayTV Fórum, Vera Buzanello, country general manager da WarnerBros Discovery, afirmou que o conglomerado aposta na qualidade e não na quantidade de novos conteúdos a serem lançados, e disse que no Brasil temos em torno de 60 projetos em diferentes etapas de desenvolvimento, que vão do início até produtos prontos “a produção nacional é um dos nossos desafios”.
Ainda, anunciou que esta semana se realizará o lançamento mundial da série “Cidade de Deus”, com um evento mundial a escala da “Casa do Dragão”. Vera disse que “no Brasil chegamos a 135 milhões de pessoas por meio dos APIs da empresa, chegando assim a mais de 60% da população brasileira”.
Por outro lado, Fabrício Proti, SVP de Ad Sales Multiplataforma na América Latina e Gerente Geral da Paramount no Brasil comentou que no Brasil “trabalhamos em produções mais globais, com apelo de grandes hits e um apelo a eficiência”, e referiu que as plataformas de streaming do grupo tem ganho espaço, tanto na PlutoTV, plataforma Fast, como no SVOD com °os direitos da Copa Libertadores potencializamos a chegada de novos consumidores”, e “as métricas de first streaming e engajamento são fundamentais para reter o assinantes, sem isso, o consumidor migra”.
No painel “O futuro do DTH” que se realizou está manhã no PayTV Fórum, Fábio Alencar, VP regional de vendas enterprise e cloud da SES e Sergio Antonio Ribeiro, VP de vendas e operações da Sky, afirmaram que a operação satelital continua relevante, mas que ela deve ser renovada e convergente com novos produtos que aumentem a fidelidade do consumidor. Alencar disse que a convergência do terrestre com o streaming “vai ficar mais simples, mas o desafio passa pela redundância e o canal de retorno. Hoje o satélite é mais eficiente no vídeo, mas precisa do canal de retorno. O cliente quer ter a capacidade de interação da forma mais dinâmica possível. Precisamos entender o real perfil do cliente°.
A palestra “Do OTT ao linear: os caminhos e prioridades na distribuição”, que se realizou nesta terça-feira, 13 de agosto, analisou como os canais e programadores fizeram a transição para um modelo multiplataforma, e o conteúdo hoje está onde o consumidor busca. Estiveram presentes, Marcello Zeni, Diretor de Distribuição e Growth na Newco; Fernanda Tomasoni, Diretora Executiva da CNN Brasil; Mauricio Alvarenga, managing partner e co-CEO da Stenna, e Carolina Gazal, diretora de conteúdo multiplataforma do SBT que disse que o lançamento da plataforma +SBT nasceu com contas de patrocínio vendidas, “mostrando que o conteúdo nostálgico” é um produto importante no mundo FAST.
Marcello Zeni, Diretor de Distribuição e Growth na Newco, disse que o Bandplay °nos posicionou no mercado e a Newco, como produtora de conteúdo, viu a necessidade de ter um produto para estar nos bundles com o New Brasil Plus, uma “plataforma pensada para chegar a mais pessoas, seja no streaming, no FAST ou na TVRO, assim cativando o B2B aumentando as nossas parcerias com os players e oferecendo a regionalização”.
A tarde do segundo dia do PayTV Fórum contou com a presença de Artur Coimbra, conselheiro da Anatel que fez “um balanço do combate à pirataria” no Brasil, disse que a Anatel já fez 80 operações “nos quais bloqueamos mais de 9100 IPs com fins de pirataria”. Ele disse que essas operações são feitas como ondas de bloqueio “da equipe da Anatel, espalhada pelo pais, porque os piratas, as vezes, usam diferentes IPs, e outras que são regionais”. Em termos de bloqueio, disse, “tem caixas que são mais difíceis de tirar do mercado, porque a instabilidade piora a experiência do usuário”.
No Fórum a tarde continuou com uma analise da “batalha da atenção: como o brasileiro assiste TV?”, onde Adriana Pascale, Partner Insights Manager Latam da Parrot Analytics; Daniela Rodrigues, head de consumer insights da Claro; e Suzana Pamplona, diretora de pesquisa e conhecimento da Globo, analisaram o uso da inteligência de dados, a Inteligência artificial e a experiência com novos modelos de distribuição e quais os ensinamentos sobre como se comportam e o que querem os consumidores de TV.
A edição 2024 do PayTV Fórum fechou com a palestra, “O poder do Ao Vivo e a fragmentação da audiência”, que teve como convidados a Andre Ramos, VP de Conteúdo multiplataforma da CNBC; Allan Lico, VP de conteúdo e criação da Endemol Shine Brasil; e Eduardo Gabbay, diretor de canais esportivos da Globo. Os executivos debateram como vê o mercado a explosão de ofertas de conteúdos esportivos e jornalísticos, em múltiplas plataformas e nesse ponto, qual é a relevância dos conteúdos ao vivo para a audiência.
Eduardo Gabbay, diretor de canais esportivos da Globo, disse que a empresa aposta fortemente nisso, exemplo forma as Olimpíadas 2024 em Paris, onde a Globo alcançou mais e 140 milhões de pessoas. Reforçou que a TV Globo chegou há mais de 80% dos lares brasileiros e o Sport TV triplicou a audiência.