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Raymundo Barros da Globo: A noção de canal vai desaparecer

Os câmbios tecnológicos na Globo têm sido enormes nos últimos 5 anos. O grupo se transformou em uma Media Tech e a integração e sinergia dos produtos já é uma marca dessa inovação. Raymundo Barros, Diretor de Estratégia & Tecnologia da Globo, é sem dúvidas um dos principais mentores dessa convergência e do entendimento que a TV precisa continuar o seu processo de “re-invenção” como continuar relevante.

Barros foi eleito recentemente presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), e definiu como seu principal objetivo desenvolver e implementar o novo padrão de TV a ser adotado no Brasil, a TV 3.0, enquanto ajuda ao Fórum a “conduzir as discussões e tomar as decisões em relação à evolução da TV aberta aqui no Brasil, sempre trabalhando em perfeita colaboração com o Ministério das Comunicações, com a Anatel e com todos os setores aqui representados”.

No início de março deste ano, Barros disse no keynote: “Futuro da Indústria de Mídia no Brasil e no Mundo”, no SET Sudeste 2023, que a transformação é um processo, “um jogo integrado, um momento que vem acontecendo”. E que nesse processo, “a noção de canal desaparece e aparecem marcas que exploram territórios, elas vão chegar por todo e qualquer lugar”.

Na visão do executivo, os canais de TV devem se transformar na TV 3.0 em aplicações, por isso, para Raymundo Barros, “assistir TV passa a ser uma experiência logada, que permite a captura de dados gerando dados demográficos, navegação e interesses, passando da atenção à conversão. Por isso precisamos da TV 3.0 não para levar o 8K ao usuário, pois isso é um benefício colateral. Hoje a meta e objetivo é trazer para a TV aberta as métricas que permitam que a publicidade digital se torne mainstream. Sem isso, dificilmente colocaremos o negócio em pé”.

TV híbrida

Para Barros isso é essencial porque passamos por um período de «proliferação de ofertas diretas ao consumidor» que se produziu junto com a «consolidação de grandes fusões de empresas de mídia», gerando uma concorrência importante dos modelos D2C, e provocando que a indústria (2019-2022) tenha decidido adotar novos modelos de negócios que passam por «novos produtos, players que buscam se diferenciar, e também atender a novos hábitos e desejos dos consumidores», avançando para modelos FAST, AVOD e de agregadores. «Hoje estamos em um momento de definição que confronta, crescimento e otimização em um ambiente de investimento mais restrito e preocupação de rentabilidade em curto prazo devido a inflação do dólar, aumento de custos e redução do poder de compra».

Pensando no conceito de que o canal passará a ser uma aplicação, Barros disse no SET Sudeste 2023, que «as TV Conectadas se consolidam como destino para verbas publicitárias abrindo oportunidades para a TV tradicional, porque elas têm cada vez mais usuários e um aumento no tempo assistido. Os gastos com anúncios em TV Conectada também estão crescendo», pelo qual «o futuro da TV passa por unir a força do broadcast com o broadband. Na Globo estamos trabalhando nisso, inserimos o Dynamic Ad Insertion (DAI) na experiência da TV linear com a segmentação do digital», avançando para a economia da transação onde se juntam o Live Commerce, o T-Commerce, a recomendação de compras e o shoppable video.

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