O processo de definição do padrão de TV 3.0 que o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) começou em 2020 está chegando ao fim. Na primeira semana de abril, o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse que até dezembro de 2024 o padrão estará definido e a implantação começará em 2025.
Nesse contexto, Raymundo Barros, presidente do Fórum disse que “a televisão digital aberta brasileira está próxima de atingir um marco significativo com a chegada iminente da TV 3.0 nos próximos anos, um avanço importante que trará mudanças substanciais em relação ao atual padrão, a TV 2.0”.
Barros explica que “essas transformações representam uma mudança sísmica na maneira como produzimos e consumimos entretenimento. Em suma, comparando com o padrão atual, a TV 3.0 se destaca por uma qualidade de imagem excepcional, interatividade total, conectividade aprimorada e publicidade personalizada e de performance. Estamos no limiar de uma nova era na experiência televisiva brasileira, onde não somente a tecnologia avança, mas também a forma como nos relacionamos com o entretenimento digital. Este avanço não apenas transformará a forma como nos relacionamos com a TV, como abrirá portas para novas possibilidades e oportunidades no vasto cenário do entretenimento digital. Estamos prestes a testemunhar uma revolução que moldará o futuro da televisão no Brasil, inserindo-a definitivamente na economia digital”.
Segundo ele, entre as mudanças, “a mais evidente mudança é a conectividade aprimorada, a união entre a TV como a conhecemos com elementos do streaming e dispositivos móveis. Não se trata apenas de assistir à televisão em um dispositivo tradicional. A integração destes dispositivos e a capacidade de personalizar a experiência televisiva por meio de inteligência artificial, algoritmos e aplicativos específicos tornará a TV mais acessível e adaptada aos estilos de vida modernos”.
Uma grande novidade será a introdução da interatividade, explica. “Enquanto a TV atual coloca os telespectadores como meros observadores, a TV 3.0 os coloca no centro da ação, com a possibilidade de personalização de conteúdo. O espectador irá participar ainda mais nessa nova era da televisão. As interações em redes sociais, comentários e enquetes com programas e a capacidade de influenciar o desenvolvimento de eventos televisivos são apenas algumas das emocionantes possibilidades que a interatividade oferece. A programação não irá pertencer somente à grade linear, mas trará a riqueza de conteúdo e acessibilidade que experimentamos nas plataformas de streaming, sendo moldado por meio das preferências de cada um”.
Barros afirma que outro grande avanço é a evolução de imagem e áudio imersivo. “Com a TV 3.0, entramos em uma era de resolução Ultra HD (UHD), uma experiência visual mais rica e envolvente. Maior gama de cores, mais vibrantes e detalhes bem mais nítidos. O som imersivo, com mais canais de áudio, permitindo uma ambientação sonora personalizada e com muito mais espaço, transformarão a maneira como vivenciamos o conteúdo televisivo, proporcionando um salto notável em relação à experiência televisiva e realismo”.
Inteligência Artificial e publicidade
Por outro lado, explica o executivo da Globo, “a inteligência artificial terá um papel muito mais importante do que somente a recomendação de conteúdo. Ela irá não só impactar como assistimos TV, mas fará parte desde o apoio aos processos de produção, geração e roteirização; até nas campanhas publicitárias com mais métricas, mais dados e insights para atuar sem competir com a experiência do usuário”.
No campo da publicidade, a TV 3.0 irá redefinir as estratégias. “Os anunciantes poderão direcionar suas mensagens de forma mais precisa, aproveitando a personalização oferecida pela nova tecnologia. A publicidade deixa de ser impertinente, tornando-se mais relevante para os espectadores e, consequentemente, mais eficaz”.