NAB 2025 acaba com saldo positivo para a delegação brasileira que volta a ser a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas do Canadá. O SET:30 foi um reflexo disso com a maior participação pós pandemia com quase trezentos inscritos e uma media de público que superou os 190.

No SET:30, o ultimo dia foi dedicado as plataformas de streaming e canais FAST. O painel “Streaming &Fast Channels – Unindo Agilidade e Experiência Digital”, moderado por Fernando Bonifacio (Boni), Gerente de Desenvolvimento Digital do SBT, teve a participação de Rodrigo Godoi, Diretor de Vendas / Media &Entertainment da Uplynk, e Marco Lopes, CEO da Mediastream Brasil.

Marco Lopes destacou que o mercado de FAST Channels está buscando conteúdos regionais para tornar a programação mais atrativa, mas enfrenta desafios técnicos. Segundo ele, “há diferentes padrões dos agregadores de conteúdo” e é preciso “ter padrões comuns para melhorar a experiência”.
Godói reforçou a importância de cuidar do formato de entrega e dos contratos, já que “existem muitos custos associados”. Ele alertou para os riscos de lançar canais sem planejamento adequado, especialmente com conteúdos históricos.

Por fim, destacou que há “soluções de engenharia e planejamento”, e que é essencial “moderar a latência” para garantir uma experiência uniforme em todos os dispositivos.
O painel final do SET:30 discutiu “Modelos de Negócio em Streaming – Monetização e Oportunidades na Era Digital”, com participação de representantes da Reuters e Broadpeak, e moderação de Igor Macaúbas (Globo/SET).
Julieta Nogueira (Reuters) destacou que “todo conteúdo hoje nasce digital” e o desafio está em organizar e monetizar esse ambiente. Citou o uso de IA e parcerias, como com a SNews, para integrar e distribuir conteúdos em um ecossistema digital.

Fernando Silva (Reuters) apontou que “mais conteúdo não significa mais receita”, ressaltando a importância da curadoria e metadados. Apresentou o Reuters Imagen, solução que integra monetização e gestão de conteúdo.
Cristiano Barbieri (Broadpeak) falou sobre novos modelos publicitários não invasivos, como HVOD, L-banner e Pause TV. Segundo ele, “o futuro está na interatividade”, como os Shoppable Ads, que permitem compras diretas pela TV conectada.
BPS pode complementar o GNSS, afirma Sam Matheny, CTO da NAB
Em seu keynote no SET:30, Sam Matheny, CTO da NAB, destacou o avanço da migração para o ATSC 3.0 nos Estados Unidos e defendeu uma transição completa dentro de cinco anos. Segundo ele, já foram migrados 437 canais, cobrindo 103 estações em 80 mercados — o que representa 77% da população e cerca de 10 milhões de televisores. A expectativa é triplicar esse número até 2029.

Matheny afirmou que a NAB apresentou uma petição à FCC para estabelecer um cronograma oficial de transição, com metas até 2028 para os 55 maiores mercados e 2030 para o restante do país. Ele também defendeu a atualização das regras de sintonizadores para incluir versões de próxima geração e facilitar o acesso à TV aberta nas configurações dos aparelhos.
Por fim, destacou o potencial do Broadcast Positioning System (BPS) como uma alternativa viável ao GNSS, afirmando que “a transferência de tempo do BPS é comparável ou superior à do GNSS”, tornando-o uma solução complementar para aplicações PNT (Posicionamento, Navegação e Tempo).